30 de setembro de 2008

É PRECISO LUTAR















Com o auditório lotado, a última assembléia aprovou a continuidade de nossa greve, iniciada no último dia 15. Muitos foram os elementos levantados pelos vários inscritos, de diferenciadas unidades acadêmicas, para que mantivéssemos a paralisação das atividades, mas fundamentalmente a assembléia parece ter compreendido que a crise da Universidade – que tem como uma de suas faces cruéis à completa desvalorização dos trabalhadores pelo governo do Estado – exige de nós uma atitude condizente com nossa dignidade profissional, uma atitude à altura da excelência da Universidade que construímos com nossa qualificação e dedicação.

É preciso lutar, é preciso que o Governo do Estado cumpra o seu compromisso escrito e assinado, é preciso que se abandone o terreno dos acenos longínquos e que se apresente uma proposta decente e clara aos trabalhadores da UERJ. Já investimos, por longo tempo, na tentativa de dialogar com o governo, sem que houvesse paralisação das atividades. Todos nós conhecemos o resultado: está impresso em nossos contracheques e na crise nossa de cada dia.

É momento, portanto, de ações mais incisivas, de mobilização e organização. E – avaliamos coletivamente na assembléia também – é hora de a UERJ retomar o funcionamento regular de suas instâncias de deliberação, previstas para tal em nosso estatuto. É inadmissível que nossa Reitoria não mantenha a regularidade dessas instâncias, não preserve o funcionamento da UERJ, em seus próprios marcos de legalidade interna. Em que pese a recente situação de saúde do Reitor, é urgente e necessário lembrar que continuamos tendo uma Administração Central e que o Consuni e o Csepe precisam exercer suas atividades, assumir as responsabilidades que lhes cabem, especialmente em um momento como esse.

Por fim, avaliamos que a assembléia – lotada, plural, mobilizada para o debate e a polêmica, como deve ser – deixou uma lição fundamental para aqueles que, mesmo internamente, apostavam na divisão: a ASDUERJ tem uma história que ultrapassa não só esta diretoria, mas todas as que ainda virão. Uma história de lutas em defesa do professor e da própria UERJ. Essa história não se construiu da noite para o dia e não se apagará tão facilmente também. Se o comparecimento, inegavelmente representativo, dos professores à nossa última assembléia já seria, por si só, uma expressão disso, as falas dos muitos colegas inscritos e as manifestações dos demais presentes não deixam dúvida do sentimento que hoje nos parece uma constatação: a ASDUERJ, em todas as suas instâncias de discussão e deliberação, é e continuará sendo nossa entidade representativa, na defesa de nossas condições trabalho e da própria Universidade Pública.

Em Movimento - Boletim Eletrônico da Asduerj (26 de setembro de 2008)

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