16 de abril de 2010

Catástrofe Inevitável ou Gestão Urbana Catastrófica?

Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro
Professor Titular do Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano e Regional – IPPUR/UFRJ e Coordenador do INCT Observatório das Metrópoles – CNPQ/FAPERJ

Os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro nos interpelam. Muitos incidentes climáticos têm assolado as nossas cidades brasileiras nos últimos tempos. Chuvas, inundações, deslizamentos, engarrafamentos maiores do que os normais, mortes, desabrigados, enfim inúmeros infortúnios vêm assolando as nossas cidades. Diante das chocantes e até mesmo dantescas cenas mostradas em tempo real pela televisão, as autoridades são convocadas para explicações. Invariavelmente as razões alegadas são as mesmas: a combinação de eventos climáticos incomuns, fora dos padrões previstos, uma um meio geográfico também considerado incomum para a existência de uma cidade (montanhas, rios, lagoas e, no caso do Rio de Janeiro, praia) e a irracionalidade da população que teima ocupar áreas impróprias ao uso residencial e não cuidar adequadamente dos resíduos sólidos dos seus lixos. Prefeitos e Governadores mostram-se chocados e tratam de acalmar a população fazendo funcionar de maneira emergencial a máquina administrativa da assim chamada Defesa Civil. São realizadas verdadeiras operações semelhantes às situações de exceção, como nas guerras, nos atentados terroristas e outras situações de calamidade pública. Engenheiros, bombeiros, policiais e outros corpos técnicos de emergência são mobilizados de maneira excepcional pelas autoridades públicas para diminuir os estragos e, de alguma forma, acalmar o natural sentimento de desamparo da população.
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